segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Amigos
       Guilherme Sant'Anna

Se eu parar de ligar, procurar,
Quantos deles vão sobrar?
Uma dúzia? Meia?Dois? Três?
Não sobra nenhum, conto pra vocês

Se nessa vida eu não cultivei, foi amigos
Não foi falta de esforço, esporro, sensatez
Foi falta de sorte, a morte, veio pra vocês

E assim vou seguindo, sozinho
Sem a esperança do ombro, eu conto
Tudo pra mim de uma vez, mais uma vez.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A Moda Romana
              Guilherme Sant’Anna

A solidão não é uma chuva que começa do nada
não é uma queda rápida de montanha russa
muito menos um soco na boca do estômago

A solidão é um anoitecer lento
Que vem chegando sem se fazer perceber
E te pega repentinamente

Não é preciso estar só para estar solitário
Na verdade é muito comum que a solidão ataque em multidões
Mas a sua sutileza engana até os mais sorridentes e fervorosos

É possivel que sinta solidão até ao lado do amor da sua vida
Em pequenos atos ela vai se alimentando

Brigas cotidianas, palavras levianas, frieza romana.